sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Impressionismo - A origem e a "Impressão, Sol Nascente".

27 - Fevereiro - 2014
Sumário: Impressionismo - A origem e a "Impressão, Sol Nascente.
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A designação "Impressionismo" aparece em 1874 pela voz do jornalista Louis Leroy que de forma critica e sarcástica define a obra de Monet "Impressão, Sol Nascente".
Na primeira exposição realizada fora dos parâmetros convencionais e oficiais, no atelier do fotografo Nadar, participou o grupo de artistas denominado Societé Anonyme de Artistes Peintres, Sculpteurs et Graveurs, composto por: Degas, Renoir, Monet, Pissarro, Cézanne e Sisley.
A arte destes artistas não tinha na sua génese uma teoria de suporte nem se agregavam como escola, efectivamente eram os artistas rejeitados dos salões oficiais que participavam nas "Exposições Impressionistas" entre 1874 a 1882.
Apesar de não existir como tese de suporte do Impressionismo, a obra de Monet "Impressão, Sol Nascente" define os objectivos programáticos como: acaptação do instante, a impressão, o efeito visual, entre outros.
Estes artistas reprovavam a arte académica, pretendiam uma transformação da arte não apenas através dos temas, mas também pelas técnicas pictóricas e plásticas. 

Influências cientificas 

Os Impressionistas têm influências como outros movimentos artísticos, estes artistas deixaram-se influenciar por algumas teorias cientificas como:
- Isaac Newton (1642-1727), tratado sobre a luz e leis da visão;
- Thomas Young (1773-1829), tratado sobre a cor;
- Eugéne Chevreul (1786-1889), teoria dos contrastes da cor.


Impressão do Sol Nascente, Claude Monet, 1872
Fonte: http://galeriadefotos.universia.com.br/uploads/2012_08_10_15_43_240.jpg


Estudo torso, efeito de Sol, Auguste Renoir, 1875-1876
Fonte: http://www.fototela.com.br/images/rpl027/000321-015320.jpg


Ensaio de figura em plein air: mulher com sombrinha voltada para a direita, Claude Monet, 1886
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-wOmolPStG6g/TutFQOkO7wI/AAAAAAAAAgw/RBvptrgBK7c/s640/monet_guarda-sol.jpg


Mulheres no jardim, Claude Monet, 1867
Fonte: http://galeriadefotos.universia.com.br/uploads/2012_12_17_13_32_110.jpg


Reunião de Familia, Fréderic Bazille, 1867
Fonte: http://pt.wahooart.com/Art.nsf/O/8XY3LL/$File/Frederic-Bazille-Family-Reunion.JPG


O Pífaro, Edouard Manet, 1867
Fonte: http://www.antena5.org/UserFiles/image005.png


Émile Zola, Edouard Manet, 1867-1868
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_zM9xGQGqkSw/SC6B5hF3aPI/AAAAAAAAAUU/lXElZivrE7g/s1600-h/Manet,+Emile+Zola+portrait.jpg


Regatas em Argenteuil, Claude Monet, 1872
Fonte: http://img.photobucket.com/albums/v197/abaixodecao/2008/Claude_Monet_042.jpg


Regatas em Molesey, Alfred Sisley, 1874
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/03/Alfred_Sisley_050.jpg

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Impressionismo - Contextualização histórica e influências

20 - Fevereiro - 2014
Sumário: Impressionismo - Contextualização histórica e influências
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A segunda metade do século XIX foi um período de progresso e desenvolvimento para a construção de uma sociedade Europeia moderna. A expansão dos caminhos de ferro permitiu uma circulação exponencial de pessoas e bens, criando uma rede ímpar até à data. Paralelamente, o aparecimento da luz eléctrica, telefone e motor de explosão transformaram profundamente a sociedade.
A diversificação industrial e a produção em série alteraram economicamente a sociedade, existiu uma explosão demográfica constituindo cidades populosas favoráveis ao desenvolvimento dos transportes e das comunicações, nomeadamente o telégrafo, telefone e rádio.
Os hábitos sociais alteraram-se substancialmente com a iluminação dos espaços públicos mais nobres das cidades, os jardins, parques, cafés, salões, cabarés e teatros.
A sociedade transforma-se progressivamente e acelera o ritmo que vive, a cultura acompanha essa mudança, as grandes exposições mundiais passaram a ser regulares em Londres e Paris, deste modo França e Inglaterra consolidam-se como as grandes potências industriais. E em França com a queda da Monarquia dando lugar à III República e ao Segundo Império de Napoleão III (1852-1870), Paris evidencia-se como o centro cultural de excelência para o aparecimento dos grandes movimentos literários e artísticos capazes de se implementarem no resto do mundo.
O Impressionismo surge assim em Paris reflexo do ócio e lazer quotidiano que se vivia, era algo absolutamente novo, os impressionistas interessam-se assim pelo momento, pela captação da sensação que o instante provoca. 
Este novo modo de pensar conseguiu romper com a percepção do mundo e das suas realidades.

Influências do Impressionismo

Tal como todos os movimentos artísticos o Impressionismo captou influências e tendências. A invenção da fotografia foi o grande acontecimento que impulsionou o Impressionismo e rompeu com o Realismo.
Outra grande influência foi a arte gráfica oriental presente na Exposição Internacional de Londres em 1862, esta influência trouxe a concepção livre da forma, a aplicação de cores puras e claras, a linearidade do desenho e as temáticas populares, esta influência é denominada como "Japonesismo" e contribuiu para a queda dos cânones tradicionais da representação.
O legado de Constable, de Turner, da Escola de Barbizon e de Courbet influencia o Impressionismo. 


Berthe Morisot, Manet
Fonte:  http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fd/Edouard_Manet_040.jpg


Na praia, Manet
Fonte:http://4.bp.blogspot.com/-mS72NqnRMQQ/T5bnAWo616I/AAAAAAAAA8A/kx38xgEYbOw/s1600/edouard_manet_on_the_beach.jpg


O Monte Fuji com tempo claro, Katsushika Hokusai
Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/57/Red_Fuji_southern_wind_clear_morning.jpg/220px-Red_Fuji_southern_wind_clear_morning.jpg


O atelier da Rua de la Condamine, Fréderic Bazille
Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/25/Fr%C3%A9d%C3%A9ric_Bazille_-_L'Atelier_de_la_rue_de_la_Condamine.jpg

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Invenção da fotografia

13 - Fevereiro - 2014
Sumário: Invenção da fotografia
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As pesquisas dos fenómenos ópticos de Al-Hazen e a "máquina escura" de Giovanni Battista dela Porta (1542-1597), deram o impulso para a invenção da fotografia. A "máquina escura" permitia observar uma imagem real que era reflectida sobre uma superficie.
Estes avanços caminham para o fenómeno químico da fixação da imagem sobre uma placa sensibilizada nascendo deste modo os primórdios da fotografia.
Após de muitas experiências para obter uma eficiente fixação da fotografia ao longo do século XVIII foi Nicéphore Nièpce (1765-1833), que com persistência conseguiu obter as primeiras imagens fotográficas de forma permanente por volta de 1816-1828.
Nièpce como método utilizou uma chapa de cobre revestida  com "betume da da judeia", substância com a capacidade de escurecer e estabilizar quando exposta à luz. Com esta metodologia obteve-se o vulgarmente apelidado de negativo, era uma imagem cujas áreas de luz e sombra eram o reflexo oposto da realidade.
Outra peronalidade de relevo no progresso da fotografia é Louis Daguerre (1789-1851) inventor do Daguerreótipo, um processo que permitia obter a imagem positiva, factor que impulsionou a fotografia, apesar deste processo não permitir a reprodução das respectivas impressões.
William Fox Talbot (1800-1877), criador de um processo desenvolvido a partir de um papel coberto com sais de prata, que permitiam escurecer na presença de luz produzindo uma imagem negativa a partir da qual seriam reproduzidas as positivas.
Com esta evolução, a pintura e a fotografia caminhavam lado a lado na representação da realidade.
A descoberta da fotografia foi o momento que contribuiu para acabar de vez com todas as concepções académicas na pintura, obrigando a redefinir as técnicas de representação da realidade.














Fonte: História da Arte, 12º, Paulo Simões Nunes

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Naturalismo e a Escola de Barbizon | Realismo em Portugal

6 - Fevereiro - 2014

Sumário:
Naturalismo e a Escola de Barbizon.
O Realismo em Portugal.
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O Naturalismo e a Escola de Barbizon.

O conceito de Naturalismo prevê a representação fidedigna da natureza, entendendo-a como causa de tudo o que existe.
Esta tendência do Realismo estimula o gosto pela observação e análise da natureza e pelo registo fiel da realidade, ao contrário da tendência social do Realismo que coloca o Homem e as suas problemáticas no centro da questão e no foco de representação, na tendência naturalista a paisagem natural é a protagonista.
Em 1846, um grupo de pintores reuniam-se em Barbizon na floresta de Fontainebleau em contacto directo com natureza e numa total defesa da pintura em plein air.

Théodore Rousseau (1812-1867) foi o percursor do grupo da Escola de Barbizon. 


A floresta de Fontainebleau, 1855
Fonte: http://pt.wahooart.com/Art.nsf/O/8XX9ZV/$File/Pierre-Etienne-Theodore-Rousseau-Edge-of-the-Forest-of-Fontainebleau.JPG

Charles-François Daubigny (1817-1878)


A comporta de Optevoz, 1855
Fonte: http://www.artchive.com/artchive/d/daubigny/floodgate.jpg

Camille Carot (1796-1875) considerado pela critica o paisagista mais relevante desta geração de artistas.
Carot pretendia uma captação eficiente da luz e das qualidades da atmosfera e da matéria. Preocupa-se verdadeiramente com a veracidade da observação.


A Catedral de Chartres, 1830
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/18/Jean-Baptiste-Camille_Corot_-_The_Cathedral_of_Chartres_-_WGA5282.jpg


O atelier, 1870
Fonte: http://www.kunsthalle-karlsruhe.de/uploads/pics/11_Corots-Atelier_03.jpg


Villa d'Avray 1867-1870
Fonte: http://a1reproductions.com/the-pond-from-the-villa-d-avray-1865-by-jean-baptiste-camille-corot.jpg

Realismo na pintura portuguesa

Em 1870, surgem os primeiros sinais de transformação artística, através da influência da cultura francesa. As academias de Belas-Artes de Lisboa e Porto financiavam bolsas para a formação de artistas no estrangeiro principalmente para beberem as influências da cultura francesa, instalando-se em Paris.
Paralelamente, Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão converteram-se ao programa ideológico subjacente ao Realismo, apesar de ser insuficiente para influenciarem a pintura portuguesa, a tendência bem aceite em Portugal é a tendência naturalista da Escola de Barbizon que se prolongou no tempo até 1940. 
O Naturalismo foi introduzido em Portugal por Marques de Oliveira (1853-1927) e Silva Porto (1850-1893), foram estagiários em Paris.


Napolitana, 1879. Marques de Oliveira
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_sFi1nIW2HY4/SZ65awRtcAI/AAAAAAAAA0o/ZBpsiC1e7U4/s400/Napolitana.jpeg


Charneca de Belas, 1879. Silva Porto
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/23/Silva_Porto-02.jpg

Apesar de neste período o Impressionismo está a tomar impulso na Europa. estes artistas assimilaram melhor o ideário realista, pois Silva Porto chegou a frequentar Barbizon e em Portugal juntamente com os seus seguidores formou o Grupo do Leão, de onde se destacaram-se:

José Malhoa (1855-1933).


Clara ou torcendo a roupa, 1903
Fonte: http://michelechristine.files.wordpress.com/2012/02/claraoutorcendoaroupa1903_thumb.jpg%3Fw%3D234%26h%3D435


O fado, 1910
Fonte: http://www.jokerartgallery.com/fotos/pin/malhoa/O_Fado_1910.jpg

Henrique Pousão (1859-1884).


Cecilia, 1882
Fonte: http://novaziodaonda.files.wordpress.com/2010/06/henrique-pousao-cecilia-1882-museu-soares-dos-reis-porto.jpg

Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), é assumidamente anti-modernista.


O Grupo do Leão, 1855
Fonte: http://purl.pt/22529/1/iconografia/fotos/grupo_do_leao_1885_g.jpg

Escultura

Soares dos Reis (1847-1889)


O desterrado, 1872
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-LWkK0fR3ecs/Twl8r0XzDjI/AAAAAAAAFYI/6ARuAudCrz4/s1600/sr-desterrado.jpg

Teixeira Lopes (1866-1942)


Caim, 1889
Fonte: http://www.museusoaresdosreis.pt/Data/ContentImages/escultura_04_3.jpg


A viúva, 1893
Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d5/Teixeira_Lopes,_Ant%C3%B3nio,_A_vi%C3%BAva,_1893,_m%C3%A1rmore_01914.jpg

José Simões de Almeida (1844-1926)


D. Sebastião
Fonte: http://aarteemportugal.blogspot.pt/2010/10/jose-simoes-de-almeida-1844-1926.html